O novo boom do mercado de cosméticos capilares são : a carbocisteína e o ácido glioxílico. Mais, a pergunta que não quer calar: O que são e para que servem?
Meninas, antes de mais nada sabemos que as clientes e profissionais, estão querendo se livrar do formoldeído, e para isso a indústria de cosméticos capilares está investindo em outros ativos, mais será que funcionam mesmo?
E a segurança dos profissionais e clientes?
Por isso pesquisei alguns tópicos na internet e revistas e coloquei aqui no blog.
CARBOCISTEINA
Derivada de um aminoácido (parte da proteína) chamado L-cisteina, a carbocisteina confere força e resistência aos fios, reparando as fibras capilares devido a sua alta bioafinidade com os fios. Por apresentar uma estrutura molecular menor, penetra no córtex e forma ligações fundamentais para reforçar sua estrutura. Essas ligações são responsáveis pelas ondas que aparecem nos cabelos e permite ao cabeleireiro moldá-lo. Acredita-se que devido a sua alta afinidade com a queratina, a carbocisteina atue adesivas as cutículas danificadas dos fios, o que justifica seu efeito hidratante, condicionador e restaurador. Como já foi dito, a carbocisteina sozinha não alisa, por isso é necessária sua associação com uma cadeia de aminoácidos, que são moléculas de baixo peso e que atuam agentes de retenção de moléculas de água.
ÁCIDO GLIOXÍLICO
O ácido glioxílico ou ácido formilfórmico é um ácido orgânico de fórmula OHC-COOH, e é o mais simples dos ácidos-aldeídos. Consiste numa forma modificada do ciclo dos ácidos tri carboxílica que ocorre na maioria das plantas e microorganismos, mas não nos animais superiores. Este acido libera substancias (aldeídos) que promovem a quebra das pontes de cistina. Por ter um pH alto, quando aplicado no cabelo, dilata as cutículas, permitindo assim a entrada do ativo alisante, para que ele possa agir no interior do fio, ou seja, no córtex. Lá, rompe boa parte das pontes de enxofre, que ficam entre dois aminoácidos chamados de cistina, um dos 18 aminoácidos que formam a fibra capilar e é responsável por sua resistência e forma. Segundo Patrícia Morais, gerente de marketing técnico da Pic, fornecedora da matéria prima acido glicoxílico, este ativo oferece variação no seu poder de alisamento conforme a quantidade utilizada. Pode ser usado em concentração de 1% a 20% e o resultado também depende do cabelo.
E ALISAM MESMO?
Nos estudos realizados com carbocisteina, percebesse uma redução no volume de cerca de 90% e um alisamento quase que total em cabelos louros. E em fio virgens em até 50%. Vale destacar que pode haver um desbotamento de 1 a 2 tons
QUAL A DIFERENÇA?
Dois pontos chamam a atenção. O primeiro é que o procedimentos de redução de volume com estes ativos apresentam pH bem acido, entre 1 e 1,5 para acido glicoxílico (após a manipulação feita pelos laboratórios) e entre 1,5 e 2,0 para as formulações com carbocisteina. Mas a de se ter cuidado com as várias aplicações por os produtos serem muito ácidos e comprometer a fibra capilar. Outro ponto é que os dois ativos devem ser removidos (lavados) no mesmo dia, cerca de 20 minutos em média, após o processo de escovação e piastra, devido à alta acidez dos mesmo. Quanto à durabilidade temos entre 7 a 10 lavações para o ácido glioxílico, dependendo na sua concentração, e entre 50 a 60 lavações para a carbocisteina.
Quanto à incompatibilidade com outros produtos de alisamento ou coloração, ainda não se tem informação, mas deve-se cuidar com relação aos produtos que contenham metais (henne, henna etc...). Sempre devemos ter a atenção redobrada quando falamos em produtos químicos e fizer sempre um bom diagnostico.
Sempre é bom conversar com a cliente sobre a existência de problemas, como queda dos fios ou couro cabeludo sensível, alergias e histórico recente de irritações ou dermatites.
Quanto à aprovação pela ANVISA, os dois ativos são liberados como produtos de grau1, ou seja, cosméticos destinados a proteção e tratamento dos fios, e que levam a denominação de xampu, condicionador ou defrisante. Para que possam adquirir a classificação de grau 2 (os que tem a capacidade de transformar a estrutura capilar), muitas pesquisas ainda precisam ser feitas.
OUTRO TÓPICO:
[por Sonia Corazza]
A estrutura do cabelo
O cabelo é formado de cadeias poli-peptídicas, isto é, séries de amino-ácidos(AA) que se organizam para formar a estrutura da queratina. Entre os AA, o mais relacionado a estrutura do fio é a cisteína. E para reformatar mecânica e termicamente o fio de cabelo é fundamental “quebrar” essa cadeia cisteínica, facilitando a ação da prancha térmica.
Como alisar os fios de cabelo
Para conseguir um novo formato para fios cacheados, crespos, ou encaracolados é necessário fazer a “quebra”, ou ataque das pontes de enxofre contidas na cisteína. De maneira geral isso é conseguido com fórmulas contendo alguns agentes químicos conhecidos, como os hidróxidos de sódio, cálcio ou guanidina, e também com tioglicolatos de cálcio ou sódio. Essa ação acontece no pH altamente alcalino, entre 12 e 14.
Também se pode fazer essa “quebra” com formol, ou formaldeído, que é o aldeído mais simples, de fórmula molecular H2CO. Saiba que quando se prepara uma mistura de mais de 40% de formol em água, obtem-se o metaformaldeído, de fórmula (H2C2O)3 ; hoje o formol é comercializado em concentração de cerca de 37% de aldeído e 7 % de metanol, atuando numa faixa de pH entre 2,8 e 4,0, portanto bastante ácido.
Que novidade é essa, alisamento a base de carbocisteína?
O que tem sido comercializado como grande novidade na área de alisamento é, na realidade, uma tratamento químico de oxi-redução em pH francamente ácido, na faixa de 1,0-1,5, associando-se o ácido glioxílico a uma base de amino-ácidos.
Quem faz essa ação é o ácido glioxílico ou ácido formilfórmico, que é um ácido aldeídico muito simples, exatamente como o formol, cuja fórmula linear é OHC-COOH. Não há milagres “naturais”, se você deseja reformatar o fio de cabelo, precisa romper a estrutura da cisteina, atacando as pontes de enxofre do cabelo.
Então, somente para que fique tudo muito claro, nessa nova moda de alisantes, quem faz a ação queratolítica, desestruturadora, é o ácido glioxílico. Nenhum amino-ácido tem essa capacidade. O que estes AA fazem é simplesmente tentar devolver um pouco de matéria ao fio agredido.
beijos a todas!
Cláudia Souza